Pauta:
Prostituta, mulher e dona de seu corpo
1.Quero propor a seguinte reportagem
temática:
Quero fazer uma reportagem temática sobre quem são essas mulheres,
prostitutas, que tomam forma no imaginário popular, transvestem-se com a
própria pele e qual é a relação delas com seu corpo e os valores morais
atribuídos a ele.
2. Estou
propondo-a com base nos seguintes fatos e/ou percepções:
Meu trabalho é baseado em filmes, novelas e ensaios fotográficos (como o de
Brassaï, “Paris à noite” e Pep Bonet, “All Imperfect Things: Brazil’s
Transsexuals”) e que informações estão trazendo de novo ou reforçando. Pois a
prostituição ainda é mal compreendida, personagens fictícias que apresentam este
histórico muitas vezes são hostilizadas e acham que por utilizarem seu corpo
como ferramenta, isso as torna menos mulheres, menos respeitáveis.
3. O que eu tenho muita curiosidade de saber?
Tenho muita curiosidade em saber quem são essas meninas “à luz do dia”,
quando não estão exercendo a profissão, como fica o emocional e o psicológico
delas, já que sua profissão é tão marginalizada, como lidam com essa associação
de que o quanto uma mulher mostra seu corpo, logo espelha seu caráter (ex: se
uma mulher usa a saia muito curta ela automaticamente não presta, é menos
valorizada).
4. Se fosse começar tudo por uma pergunta bem
aberta, qual pergunta eu me faria?
O que
representa para uma mulher ser prostituta?
5. Que fontes (obras e pessoas) poderiam me ajudar a
repondê-la?
Conversar
com as próprias prostitutas, tentar entender melhor o que elas acham do grupo
ao qual pertencem. Para isso, entrar em contato com instituições que auxiliam
essas meninas, a Rede das Prostitutas, ler o livro Gender And Social Movements, KUUMBA, Bahati.
Seria interessante ter um contexto histórico, conversar com um historiador.
6. O que acho que há de especial nesta minha
proposta?
Não
quero mostrar histórias comoventes e de como é degradante ser prostituta, mas
sim a relação entre morais enraizadas, mulheres e seu corpo. Como elas
lidam com o preconceito por não usarem seu próprio corpo do modo que a sociedade
acha correto e decente.
7. Qual o foco?
A pauta
tem como foco entender de que forma as prostitutas encaram seu corpo, diante de
todo o preconceito e comercialização com que é visto.
8. Qual o tema?
Comportamento.
9. Qual o viés?
Apresentar
prostitutas e seus corpos não como objetos a serem comercializados, mas como
mulheres que utilizam de sua estrutura física como ferramenta de trabalho e
como elas interpretam isso.
10. Quais as fontes para eu consultar/conversar?
O filme Elles (Malgorzata Szumowska, 2011), L'Apollonide (Bertrand Bonello, 2011), o
livro Gender And Social Movements, KUUMBA, Bahati.
Conversar com cientistas políticos, entidades que auxiliam prostitutas, a Rede
das Prostitutas, entrar em contato com os responsáveis pelo jornal impresso Beijo da Rua, que cuida de assuntos e
informações voltadas a prostituição, e com Gabriela Leite, ex-prostituta,
criadora da ONG Davida, que defende os direitos das prostitutas e idealizadora da
marca DASPU. Achar personagens na rua,
boates, prostíbulos, universidades, nos mais diversificados ambientes, dispostas
a dividirem suas experiências.
11. Quem seriam os potenciais personagens (se a
reportagem for da modalidade narrativa)?
Gabriela Leite, ex-prostituta e engajada na luta por
direitos dessas profissionais, garotas universitárias que se prostituem para pagar
a faculdade, mulheres que não escolheram o “mercado do sexo” por falta de
opções, mas sim porque gostam como também aquelas que o fazem por necessidade.
Ex-prostitutas que desistiram da profissão: a causa e as consequências deste
passado.
12. O que preciso pesquisar/estudar para me manter
informado?
Contexto histórico da prostituição, “a mais velha
profissão do mundo”, uma média de quantas prostitutas e prostíbulos existem na
cidade de São Paulo, os bairros característicos por esta atividade, quanto a
prostituição movimenta por ano.
Victoria Matsumoto, 2ºJOA
Pauta excelente. Ajustes feitos pessoalmente ao final da aula de 3/4 conforme sua solicitação.
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