Como vocês devem ter visto, o professor Sergio pediu para que publicasse o texto abaixo, que é basicamente uma união dos dois últimos posts:
PAUTA (para especiais)
As pautas para reportagens especiais temáticas são uma combinação entre fatos, tendências e perceções diretas do jornalista. O objetivo é ir ao encontro das ideias e/ou vivências das pessoas, aproximando-se delas o máximo possível. Os propósitos de um boa matéria especial giram em torno de compreender um tema por meio de fontes (documentais ou orais) e personagens.
Não há uma ciência para a formulação de pautas, mas existem alguns parâmetros, como veremos. Primeiro, espera-se que você faça as propostas. Como ter ideias? Vendo, lendo, vivendo, pondo-se disponível, perguntando, conversando… Indo às bancas, ao cinema, zapeando, lendo livros, conversando fiado, mudando seus trajetos, quebrando suas rotinas, abrindo os olhos para tudo (inclusive para as rotinas), evitando a previsibilidade e o conforto. A burocracia é inimiga das pautas especiais, que estão em toda parte.
Para descobri-las, contam a sua criatividade, a sua disponibilidade, a sua atitude, o seu planejamento, a sua agilidade para tomar as providências necessárias. (Evite selecionar os assuntos e as personagens com base em representatividades, amostragens ou tipificações, como fazem os sociólogos quantitativos.) Proponha o que é interessante para você.
Lembre-se que a sua pauta tem de ser executada (apurada e escrita) até o dia 11/4/2013.
Não tente abraçar o mundo. Seja específico. Comece tentando responder às perguntas que apresentei na aula de 6/3.
Repito-as aqui:
1. Quero propor a seguinte reportagem temática 3 linhas
2. Estou propondo-a com base nos seguintes fatos e/ou percepções 5 linhas
3. O que eu tenho muita curiosidade de saber? 5 linhas
4. Se fosse começar tudo por uma pergunta bem aberta, qual pergunta eu me faria? 2 linhas
5. Que fontes (obras e pessoas) poderiam me ajudar a repondê-la? 4 linhas
6. O que acho que há de especial nesta minha proposta? 3 linhas
E agora com mais detalhes:
7. Qual o foco?
8. Qual o tema?
9. Qual o viés?
10. Quais as fontes para eu consultar/conversar?
11. Quem seriam os potenciais personagens (se a reportagem for da modalidade narrativa)?
12. O que preciso pesquisar/estudar para me manter informado?
Crie redes de relacionamentos. Abra-se para poder ser ajudado. Se ninguém lhe oferecer ajuda, peça-a. Troque idéias. Não fique “fechado em seu mundo”. Consulte quem entende do assunto, se necessário. Localize pessoas que possam lhe abrir portas, janelas, frestas.
Aceite que a pauta pode (deve) alterar-se conforme o andamento do trabalho de pesquisa e conversação. Portanto, seja maleável e transigente.
Você pode formular a sua pauta sobre o tema/foco que você quiser. Não há necessidade de haver uma relação direta ou indireta com a Avenida Paulista.
Mais: sinta-se à vontade para escrever a sua pauta do modo que você achar melhor. Se não quiser fazer em forma de perguntas-respostas, como propus, pode ser de outra maneira, desde que contenha os componentes imprescindíveis (tema, foco e pergunta aberta).
Na próxima aula, dia 13/3, não mais falaremos sobre como formular uma pauta. Falaremos sobre como executar a pauta que você escolheu, ok?
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PRODUÇÃO (indo a campo)
Definida a pauta, trace planos: defina um cronograma, uma lista de prioridades, um “passo a passo” para a produção. Pesquisas históricas, de contextualização, de esclarecimento etc. são imprescindíveis. Descubra e entenda as ideias e/ou vivências dos seus personagens. Não saia a campo com certezas. Comporte-se como quem, em princípio, sabe pouco sobre o tema/assunto escolhido (mesmo que você o domine). Em outras palavras, comporte-se como “uma criança curiosa”. Desprograme-se: não prejulgue, não preconceitue, não demonize, não santifique, não idealize. As pessoas/coisas são o que são; e que assim sejam. Observe os cenários, ambientes, climas, linguagens não verbais etc. Confie em si mesmo. E lembre-se: todo aprendizado pressupõe algum desconforto, confusão, dúvida etc. Mas compensa.
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PRODUÇÃO (indo a campo)
Definida a pauta, trace planos: defina um cronograma, uma lista de prioridades, um “passo a passo” para a produção. Pesquisas históricas, de contextualização, de esclarecimento etc. são imprescindíveis. Descubra e entenda as ideias e/ou vivências dos seus personagens. Não saia a campo com certezas. Comporte-se como quem, em princípio, sabe pouco sobre o tema/assunto escolhido (mesmo que você o domine). Em outras palavras, comporte-se como “uma criança curiosa”. Desprograme-se: não prejulgue, não preconceitue, não demonize, não santifique, não idealize. As pessoas/coisas são o que são; e que assim sejam. Observe os cenários, ambientes, climas, linguagens não verbais etc. Confie em si mesmo. E lembre-se: todo aprendizado pressupõe algum desconforto, confusão, dúvida etc. Mas compensa.
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