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quarta-feira, 27 de março de 2013

Uma reportagem (para inspirar)

Serendipitosos, 

Sexta passada saiu no caderno semanal "Eu&" do jornal Valor Econômico uma "reportagem especial temática" que pode ser interessante como referência (tema e/ou estrutura) para alguns de vocês. A jornalista mesclou alguns relatos vivenciais com debate de ideias.

Título da matéria: Menos é mais.

Abços
Sergio
sergio.mail3@gmail.com
www.sergiovilasboas.com.br


Um poema (para inspirar)


Curiosidade

Alastair Reid (1926-), escocês - tradução: Virna Teixeira


talvez matou o gato; o mais provável
foi um azar lamentável, ou o gato curioso
quis conhecer a morte, sem ter motivo
para lamber as presas, ou conceber ninhada
na ninhada dos gatinhos, como era plausível.

no entanto, ser curioso
é muito perigoso. Suspeitar
do que sempre é dito, do que parecia,
ter dúvidas estranhas, impedir a fantasia,
sair de casa, farejar ratos, ter rações
não estima gatos para sociedades de cães
onde cestas asseadas, esposas educadas e boas refeições
são a ordem das coisas, e onde imperioso
é o abanar de cabeças e caudas incuriosos.

Admita. Curiosidade
em si não nos mata-
mas sua falta é fatal.
Nunca querer avistar
o outro lado do canal
ou aquele país inverossímil
onde viver é formidável
(talvez seja detestável)
para nós seria letal.
Somente os curiosos
têm, se vivem, uma lenda
para contar no final.                       

Cães dizem que gatos amam demais, são inconstantes
são mutantes, casam com várias queridas
desertam seus filhos, esfriam todos os jantares
com contos de nove vidas.
Bom, eles são felizardos. Que tenham
nove vidas e sejam contrários,
curiosos o bastante para mudar, preparados
para o preço do gato, que é morrer
e morrer a cada momento,
sem que atenue o sofrimento. 
Uma minoria de um
é tudo o que resta
para contar a verdade. E o que os gatos contam
cada vez que do inferno retornam
É isto: que a morte é o destino dos viventes,
Que a morte é o destino dos amantes,
E que cães mortos são os que não sabem
Que para viver, só a morte é relevante.

Pauta Temática 1 - Paula Comassetto


1.Quero propor a seguinte reportagem temática 3 linhas
Quero propor uma reportagem sobre o outro lado da ditadura. A ditadura para quem era do Exército na época, mas que não necessariamente tenha participado do atos ditatoriais.

2. Estou propondo-a com base nos seguintes fatos e/ou percepções 5 linhas
Estou propondo o seguinte tema, porque a maioria de nós tem acesso apenas às informações deste período por meios didáticos, como livros, ou por meio da imprensa, que foi extremamente repreendida pelo regime, assim temos jornais e revistas mostrando o viés dos jornalistas. Pretendo mostrar qual era a realidade dos militares neste período.

3. O que eu tenho muita curiosidade de saber? 5 linhas
Tenho muita curiosidade em saber o que realmente acontecia dentro dos quartéis, se todos os militares tinham conhecimento do que estava acontecendo, se tinham conhecimento do que estava sendo pensado e feito no alto escalão, se lhes era obrigado fazer certas atrocidades ou se o sistema permanecia o mesmo.

4. Se fosse começar tudo por uma pergunta bem aberta, qual pergunta eu me faria? 2 linhas
Como foi viver na ditadura militar?

5. Que fontes (obras e pessoas) poderiam me ajudar a respondê-la? 4 linhas
Seria importante conversar com oficiais e pessoas ligadas ao Exército, tanto da época como de atualmente, estudar sobre o que lhes é ensinado na Academia Militar e nos outros cursos do Exército, pesquisar sobre os ensinamentos internos, se mudaram com o tempo ou se permanecem os mesmos.

6. O que acho que há de especial nesta minha proposta? 3 linhas
Acho que ela é especial justamente por dar uma linha de pensamento dentro dos padrões da instituição das Forças Armadas, pois o que normalmente vemos são visões da pessoas de fora e acredito que seria muito interessante ouvir o outro lado da história.

7. Qual o foco?
O foco é entender se a ditadura militar incluía toda a instituição ou somente o alto escalão, que detinha o poder.

8. Qual o tema?
A Ditadura Militar.

9. Qual o viés?
A Ditadura Militar contada pelas Forças Armadas, o que eles pensam, como foi viver nessa época, o sistema é mau ou algumas pessoas agiram de forma errada.

10. Quais as fontes para eu consultar/conversar?
Basicamente oficiais das Forças Armadas.

11. Quem seriam os potenciais personagens (se a reportagem for da modalidade narrativa)?
Militares da Forças Armadas.

12. O que preciso pesquisar/estudar para me manter informado?
Livros, jornais, arquivos.

Paula Comassetto - 2ºJOA

segunda-feira, 25 de março de 2013

Reportagens especiais: produção (1)

Caros serendipitosos,


Resgatando alguns assuntos que abordamos nas últimas 3 semanas, em sala.

Definida a sua pauta, trace planos: defina um cronograma, uma lista de prioridades, um “passo a passo” para a produção.

Pesquisas históricas, de contextualização, de esclarecimento, etc.: ah, tudo isso é imprescindível. Demonstre repertório/domínio do que está falando.

Descubra e entenda as ideias e/ou vivências dos seus personagens (caso a sua reportagem se encaminhe mesmo para a modalidade narrativa).

Não saia a campo com certezas.

Comporte-se como quem, em princípio, sabe pouco sobre o tema/assunto escolhido (mesmo que você o domine). Comporte-se como “uma criança curiosa”.

Desprograme-se: não prejulgue, não preconceitue, não demonize, não santifique, não idealize.

A idealização é uma desgraça para o jornalismo.

Em vez de ficar pensando em ética por meio de raciocínios estreitamente binários (o que posso e o que não posso), lute contra a idealização. Este é o caminho. Por quê? Porque as pessoas/assuntos são o que são; e que assim sejam.

Não tente fazer com que a realidade se encaixe nos seus parâmetros. Você é quem tem de se encaixar na realidade.

Para isso é preciso maleabilidade, criatividade e movimento. Quem não se move, não se arrisca; quem não se arrisca, não tem dúvidas; quem não tem dúvidas, não pode estudar/praticar jornalismo.

Confie em si mesmo. E lembre-se: todo aprendizado pressupõe algum desconforto, confusão, dúvida etc. Mas compensa.

Não se esqueçam de conversar com os professores Helena e Toshio sobre a produção de suas respectivas reportagens individuais temáticas. Os dois estão cientes da criação dos blogs e da necessidade de orientá-los sobre fotografia e design.

Tamanho da reportagem: até 12 mil caracteres (contando os espaços).

Data final para postar a reportagem especial temática do 1º bimestre neste Blog: 11 de abril.

Não espere o meu feedback de aprovação "certinha" da pauta. Há 200 pautas para discutir. Isso é humanamente impossível de ser feito de forma totalmente personalizada. 

Mas há espaço durante as aulas para discutirmos problemas referentes à produção.

Alguns deles remetem ao problema da "pauta confusa" ou da "dificuldade de escolher" ou da "incapacidade pessoal de tomar uma providência, criar a seguir em frente"). 

Além disso, tenho atendido demandas encaminhadas por email (sergio.mail3@gmail.com).

Simplesmente mova-se: faça acontecer. Ou... Nada acontecerá.

Abraços

Sergio
sergio.mail3@gmail.com

Assuntos pessoais


Caros "serendipitosos", 

Bom dia! 

Repito o aviso dado no 1º dia de aula comigo, em fevereiro: não resolvo problemas pessoais de alunos.

Não pensem em me contatar sobre assuntos como “ausências” (com ou sem atestados), mudanças de turma ou mudança de dia/horário de assistir às minhas aulas, etc.

Para alguns tipos de problemas, sugiro que vocês acionem a secretaria acadêmica e/ou a coordenação do curso de jornalismo, conforme o caso.

O importante é ter a clareza de que seus próprios problemas são seus, e que, tendo você “problemas”, você é a exceção, não a regra.

Sou solidário e afetivo, mas evito o populismo e o paternalismo com todas as minhas forças.

Por outro lado, qualquer questão referente à pedagogia/funcionamento da disciplina “Jornalismo Básico 2” deve de ser tratada primeiramente comigo (e o mais rapidamente possível).

Outra coisa: não repito conteúdo para alunos retardatários ou compulsivamente ausentes. Tampouco compartilho os meus Powerpoints usados em sala.

Se você sente que perdeu algo que você considera importante, procure os seus colegas frequentes e tente resgatar.

Boa semana!

Abraços
Sergio
sergio.mail3@gmail.com