Perfilado: Índio Blues
Debruçado sobre uma pilha de discos de vinil, num sebo da Rua 24 de Maio, um senhor, que parecia passar dos cinquenta, lia um jornal. Ele tinha longos cabelos brancos, braços tatuados, vestia calça jeans e uma camiseta de banda. “Eu sou o Índio Blues, o segundo DJ mais velho do Brasil”, disse com um ar rabugento, sentou e acendeu um cigarro. Esta figura curiosa deu início à carreira de DJ em 1966. Pilotou os salões do Hi-Fi, Hippopotamus, Vitória Pub e o Latitude 2001, em São Paulo. Por ter vivido as principais décadas da música internacional e nacional, seu conhecimento no campo é bem amplo. Seu passado como DJ é preenchido com muitas histórias interessantes, como quando conheceu o guitarrista Carlos Santana. Apesar da fama de mal-humorado e inacessível (o que só alimenta a curiosidade), Índio Blues, segundo escreveu Cláudia Assef, na dedicatória de seu livro “Todo DJ Já Sambou – A História do Disc-Jóquei no Brasil”, é “o mais sábio de todos”.
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