Quem é Lucas Massao?
Lucas Massao, um menino de 19 anos, de ascendência
japonesa e que sempre, sempre mesmo, usa roupa da Adidas. Ele foge do
estereótipo do oriental de tímido e reservado, basta andar pela Faculdade
Cásper Líbero, onde nós dois estudamos, para ver a sua popularidade. Desde
alunos a até professores e funcionários. Ele cumprimenta todos pelo nome, com
abraço e muita simpatia.
"Uma infância muito boa", assim define os seus
primeiros anos de vida. Filho de pais separados foi criado pelo pai, mas, por
este trabalhar muito, teve na avó, a sua "batyan", a figura mais
presente na infância, ele vê isso como um importante marco da cultura japonesa
na sua vida, pois esta preza pelo respeito aos avós. Pela idade avançada dos
avós, e pela falta de outras crianças na casa, passava muito tempo, vendo TV,
brincando sozinho ou jogando videogame.
A bronquite também o impediu de ter uma infância com
muitas atividades físicas, mas o levou a praticar um esporte que o motivou
muito, a natação. “Sentia-me relaxado dentro da água quentinha” e, como
consequência da natação, começou a andar de bicicleta pelas ruas do Jardim
Ester, zona oeste, de São Paulo, sempre acompanhado pela sua “batyan”. Que o
seguia, sempre, a pé tentando acompanhar o seu ritmo, e de um amigo, nas
bicicletas. Logo que tinha aprendido a andar de bicicleta, e cheio de coragem,
decidiu “testar” a sua nova Caloi com marchas. Após tentar descer uma ladeira,
perdeu o equilíbrio e, se não tivesse caído, teria sido atropelado por um
caminhão que, por pouco, não o pegou. A sua avó, que viu a cena de cima da
ladeira, pensou que o neto tinha sido atropelado, mas, por sorte, não passou de
um susto e só o deixou com alguns arranhões.
Massao mexe muito as mãos enquanto fala, e olhar para
baixo, pensando, antes de responder alguma pergunta, lembra-se de datas e
episódios específicos de sua vida. Como lembra a sua amiga, também colega de
sala, Juliana Arreguy: "é muito atencioso e tem uma excelente
memória".
Por estar sempre junto à família e estudar perto de casa,
ter amigos que moravam perto, Lucas só começou a se afastar do seu bairro
quando passou na Faculdade, sendo obrigado a usar o transporte público
diariamente e sair um pouco da orbita dos familiares. Logo na primeira semana
começou a participar dos órgãos laboratoriais da Cásper Líbero, como a produção
do programa “Edição Extra” logo indo para a rua “Foi muito legal, e surreal,
logo na primeira semana cobrir uma convenção nerd, com credencial”, ele que já
tinha ido a esses eventos só por diversão começou a ver os encantos, e
dificuldades, da vida de jornalista, com a busca incessante pela informação. No
programa, graças à sua simpatia, e vontade de participar fez de tudo desde
decupar vídeos a até ser repórter, câmera e produtor.
Mas na Rádio Universitário Gazeta AM 890, que ele mostrou
toda a sua veia cômica. O convite para participar do programa surgiu do então
apresentador do programa, Érico Lotufo, e todos que estavam no estúdio,
inclusive eu, rimos muito do boletim que estava muito bem feito, e que foi
apresentado com toques de humor. Érico diz: “O Massao é excêntrico, e merecia
um espaço para brilhar na rádio, por isso dei um quadro pra ele no programa o
“Sem Vírgulas”“. Neste quadro, Massao pegava três temas do futebol
internacional e os comentava com muito humor. Mas porque do nome? Érico
explica: “Pois no seu começo da rádio, ele falava muito rápido, como se pulasse
as vírgulas na hora de ler”.
“Fiz grandes amigos lá, o Popó, o Johny (funcionários da
rádio), entre outros”. Ele diz que sempre foi considerado um pouco “puxa saco”,
mas não é. “Sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas, inclusive,
professores, mas algumas pessoas não entendem isso”. Ele acha, e creio que seja
um valor da sua formação, que se pode aprender muito com os mais velhos e que
os professores, se você parar para conversar com eles, são pessoas muito
interessantes e legais. “Uma prova, de não ser puxa saco, é continuar
conversando com o professor Zé Augusto, de História, mesmo não tendo mais aula
com ele”.
Por ser muito dedicado e se sair bem em matérias como
História, Geografia e Português. Sempre ajudava os colegas a estudar e
deixava-os copiarem o seu caderno. “Não tinha o menor problema com isso, sempre
gostei de ajudar os meus amigos”. E isto continua até hoje “Ele é prestativo,
sempre ajuda quando necessário e te lembra dos trabalhos a fazer” diz a sua
amiga, Juliana Arreguy.
Na escola, sempre foi quieto nas aulas, mas conversava com
todos fora da aula, hábito que mantêm até hoje. "Sempre gostei de
conversar com todos e não me fechar em um só grupinho". “Por isso acho que
nunca tive inimigos. O número de vezes em que briguei dá pra contar nos dedos
de uma mão, do Lula” Graças a essas amizades, passou muitas tardes na casa de
amigos, não jogando bola, mas jogando videogame, no começo o saudoso Nintendo
64, Massao tinha um roxo, eles e os amigos trocavam os cartuchos de jogos e
levavam para a casa dos outros. A paixão pelos videogames, que continua até
hoje, o levou a se interessar por outros aparelhos tecnológicos e por toda essa
cultura "nerd".
Tanto que o seu primeiro emprego, que conseguiu através de
uma indicação do professor de História da Comunicação, Carlos Costa, foi no
site da Revista “Info”, da Editora Abril. Lá Lucas Massao, com muita dedicação,
como tudo que faz, testava e escrevia análises de produtos eletrônicos como
computadores, Smartphone e outros Gadgets. Após apresentar um trabalho sobre o
“Almanaque Laemmert”, com uma colega chamada Letícia, que foi muito elogiado
pelo professor que pediu para ele mandar um e-mail com o seu currículo, para
este mandar ao filho, que trabalha na Abril. “Eu demorei uns meses para mandar
o currículo, pois queria aproveitar os órgãos laboratoriais da Faculdade que
são muito bons” Após mandar um email, e passar por quatro entrevistas em dois
meses, Massao foi trabalhar na versão online da “Info”, não como estagiário,
mas como freelance.
“Foi o momento certo para arranjar um emprego e ver como é
a vida de um jornalista”. Neste trabalho tinha acesso aos mais avançados e
requisitados, aparelhos eletrônicos e cabia dar nota a estes, através da sua
percepção, e de análises técnicas feitas pelo laboratório da revista. “Eu
sentia que tinha uma responsabilidade muito grande, pois uma análise errada
podia fazer alguém, que depende daquele aparelho, a fazer uma escolha errada
baseada na minha análise, então sempre fazia o possível, sempre vendo os dados
técnicos, para dar a minha percepção correta, e isenta, sobre o produto”.
O momento mais legal foi à cobertura do lançamento do
Samsung Galaxy S3, “A Abril pagou um taxi pra me levar, e o evento todo foi
muito legal” Embora já tivesse coberto eventos pelos órgãos laboratoriais da
faculdade, cobrir por uma empresa com a prioridade de dar a informação antes da
concorrência foi desafiador “Deu pra sentir a pressão de colocar algo antes da
concorrência para o público e como é difícil, mas compensador, quando seu
trabalho é reconhecido e tem a confiança do público”. O convite, para ir ao
evento, partiu do seu diretor de redação e para isso teve que faltar uma quarta
feira na aula “A Abril pagou um taxi pra me levar de casa até o evento e depois
para a Abril”. Logo no taxi, indo para a redação, teve que ir preparando algo
para ir para o site antes da concorrência.
A tentação no meio é intensa, empresas fazem lobby, muitas
vezes de forma ilícita, tentando obter uma boa notícia sobre o seu produto.
“Várias empresas tentavam, mas, lá na Info, é muito rigorosa essa questão ética
de não aceitar “presentes” de mais de 150 reais” Os produtos eram testados e devolvidos
ao fabricante em, no máximo, trinta dias. “Tinha algumas empresas que tentavam
burlar isso, mas nós sempre devolvíamos, mesmo quando as empresas se recusavam
a gente dava um jeito”. Mesmo com a empresa usando todos estes cuidados os fãs
de marcas como os da Apple, Samsung e Microsoft, acusam de favorecimento ou de
depreciar uma marca por interesses, que não, informar o público. “Teve uma vez,
graças a um erro do laboratório da Info, acabei colocando que um celular tinha
uma câmera de cinco mb, quando, na verdade, era de nove mb. Dai nos comentários
o pessoal ficou me criticando, dizendo que estava favorecendo a concorrente
quando, na verdade, foi um erro, que depois foi corrigido”.
Olhando para baixo, pensativo, se recorda de como era
dedicado aos estudos: "Nunca deixei nada para depois, sempre fiz os meus
deveres". Apesar de se esforçar nunca foi um bom aluno em Matemática,
sempre teve como matérias favoritas História e Geografia. A escolha pela
profissão de jornalista se deu após uma seleção de seus interesses ou a vontade
de trabalhar falando, ou escrevendo, do que gostava, o que não seria possível
em outras profissões.
Já a escolha pela Cásper foi mais fácil, prestou por
indicação de um amigo, que também ia prestar, Massao passou, mas o amigo não.
“Foi um dia muito feliz quando passei aqui (na Cásper Libero), vários amigos me
passaram mensagens me parabenizando, foi bem legal”. No dia do trote, onde nos
conhecemos, ele com uma camisa, da Adidas, claro, e com o cabelo grande, que
foram cortados, a roupa suja com tinta, ovos, vinagre, café, sardinha, óleo,
refrigerante, entre outros inúmeras “substancias”. Massao, ao contrário de
muitos outros bixos, já fazia piada e conversava com os nossos veteranos, que
riam, muito, deste menino com o seu humor afiado em qualquer momento.
“A Cásper foi muito importante, pois eu achava que sabia
escrever, mas, na verdade, não sabia”. No primeiro ano, graças à,
principalmente, o professor Celso Unzelte, Massao aprendeu a escrever como um
jornalista, mas não só a escrever, mas também toda a ética e responsabilidade
jornalística que lhe foi útil na editora Abril.
Ele é uma pessoa que gosta muito de conversar com todos.
Sabendo o nome de todos e faz questão de cumprimentar todos com um abraço. Não para quieto um minuto quando não está na
sala, vai cumprimentar seus amigos da Coordenadoria de Jornalismo, mas, antes,
para e conversa com alguém no corredor, depois, de passar na Coordenadoria de
jornalismo, passa na de Cultura Geral, no Núcleo Editorial e nos laboratórios de
redação para conversar com os seus colegas.
Em maio, acabou o seu contrato de freelance, na Abril, assim Massao pode voltar a se dedicar
aos órgãos laboratoriais e matar saudades de todos os seus amigos na faculdade
e suas conversas ao longo da tarde.
Aos quatro anos os seus pais se separaram e ele perdeu o
contato com a sua mãe. “Nunca senti a falta de uma figura materna, pois a minha
avó cobriu muito bem esta ausência”. Ele achava engraçado todo mundo fazer
presente para as mães, nos dias das mães, e ele presenteava a sua avó. “Era
engraçado, nas reuniões da escola, pois todo mundo, inclusive as outras mães,
achavam que a minha mãe era velha”.
Massao, só voltou a ter contato com a sua mãe aos 10 anos
por intermédio da sua avó. “Nós conversamos, às vezes, pelo telefone, mas não
posso dizer que somos próximos” Diz não ter nenhum desentendimento ou rancor da
mãe e que, apesar de não serem próximos, tem uma relação boa “Ela me dá
presentes e tenta me ajudar quando preciso”. A relação com o pai, que trabalha
com móveis planejados, e que tinha sua guarda, sempre foi boa também, apesar
dele trabalhar muito, mas Massao entende e agradece aos esforços do pai para
cria-lo bem.
Lucas Massao se define como alguém com sede de
conhecimento, que gosta de aprender sobre inúmeros assuntos: Futebol,
tecnologia, jornalismo e até sobre extraterrestes e o sobrenatural. “Acho que,
aquilo que não tem uma explicação natural, é muito intrigante e nos mostra que
nós não estamos sozinhos no universo.”
Ele acha que as pessoas deveriam se exaltar menos e ao
menos, tentar, resolver as coisas no diálogo e que muitas vezes a falta de um
pedido de desculpas causam tragédias.
No seu tempo livre gosta de fazer “coisas de nerd”, ver
seriados, jogar videogames, mexer no computador e ler livros, que não são
obrigatórios da faculdade. Não gosta muito de ir pra baladas, prefere ficar
tranquilo em casa “levando a vida numa boa” sem passar por cima e sem se
aproveitar de ninguém.
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